>Retrospectiva introspectiva

>Era uma vez…outra vez. Mais um ano chega ao fim. E seguindo a tradição, não é fim de ano sem retrospectiva.

Você pode estar precisando de umas palmadas educativas por não ter cumprido as promessas feitas no inicio deste moribundo ano. Talvez aquela preguiça juvenil,  te abateu algumas vezes… Mas, será que você parou frente ao espelho, espelho meu… e se perguntou sobre como  ter a ousadia de ser você mesmo, enfrentando o mundo todo e todo mundo, vencendo os obstáculos e finalmente tornando-se o orgulho da família?

Com um papel e várias idéias na cabeça, vamos passar esse ano a limpo. Talvez algumas dessas idéias permaneceram no papel. Paciência. Nada como uma boa dose de nostalgia para curar o mal humor de não ter conseguido por em prática tudo o que você planejou.  Parece que você já vai entrar o ano endividado, mas antes de desanimar e culpar o destino cruel, é melhor você admitir que não deu tudo de si. Ok. Comece de novo, sendo novo! Diga sim ao novo ano, porque o poder do sim é transformador, e nos abre um mundo de coisas novas, de descobertas, como nos livros infantis, cheios de magia e delicadeza, onde nunca é tarde para ser feliz, onde se é feliz para sempre, e não em um ano apenas.


Você deve ter tido dias com todos os problemas misturados, um monte de gente enchendo o saco e o sapato apertando o seu dedão com joanete. Vai passar o ano novo lamentando o passado? Perguntando-se: esquecer e perdoar, eis a questão? Você pode ter sofrido por amor, pela decepção de não ser amado, ou de ter sido traído, ou ainda, de nem ter tentado amar de verdade. Pode ter chegando a conclusão, que o amor e suas heranças, só te fizeram sofrer. Mude o foco. Comece a se preocupar, se mais um ano acabou, e você não sofreu por alguém, por amor. Ninguém é completamente feliz sozinho.

Mergulhado na rotina, talvez você tenha passado o ano sem sentir nada. Sem ver nada nem niguém. Nem sabe mais qual música te arrepia. Apenas passou, ou melhor, deixou que o ano passasse por você. Certamente, você faria diferente se tivessem pensado: e se hoje fosse seu dia de morrer? Quando o tempo apenas passa, a gente não consegue dar o merecido valor para as coisas, para as pessoas, para a vida.

Quem acredita ser dono da própria vida é um tolo sonhador. Você já  se perguntou se somos livres mesmo? Donos do nosso destino? Lamentavelmente, pouca coisa depende apenas de nós mesmos. Nada mudou. Ano após ano, governor após governo. Como marionetes, somos manipulados e permanecemos inanimados diante da corrupção, do descaso e do desrespeito dos políticos e do governo. Você acha que o voto muda alguma coisa? Para mudar o Brasil, precisamos primeiro, mudar nossas atitudes.

Tudo o que criamos, se comove e faz pensar, vive para sempre. Se você viveu o ano com arte e sensibilidade, levará para toda a vida os bons frutos de 2010. Se conseguiu domar a criatividade, pode ter evitado que muitas boas idéias fossem para o lixo da memória, do esquecimento.

Talvez tenhamos que correr com lobos para sermos felizes, se você conseguiu aprender a driblar as adversidades da economia e do tempo, chegou ao fim com a sensação de missão cumprida. Se não, não se culpe, pois é verdade, que esse ano  passou rápido demais! E o correr do relógio, fez o povo correr para o botox, para a academia, para a mesa de cirurgia. Quantas vezes você olhou no espelho e lamentou o correr desse tempo louco? Mas, envelhecer não é um castigo. Cuidar do corpo é importante, mas evoluir como espírito é necessário, pois o corpo tem um curto prazo de validade. Tudo o que você precisa é de amor, de nada adianta ser atraente e irresistível, se não cultivarmos a sabedoria e o amor ao próximo.

Tem gente lutando feito um animal feroz pelo sucesso . Não podemos perder a ternura jamais, nem nesse ano, nem no próximo. Precisamos demonstrar mais afeto, deixar o coração aberto ao amor e a amizade. A tecnologia não colabora muito com o estreitamento das relações humanas. Embora, pareça o contrário, já que recebemos noticias daqueles amigos de infância, que há muito tempo não vemos. O pior cego é aquele que não quer vê. Os amigos distantes, continuam distantes. E os que estão perto, ficam cada dia mais longe. Um e-mail substituiu o telefone ou abraço do aniversário. As mensagens instantâneas substituíram as boas conversas do boteco, da calçada… que já foram um marco em nossas vidas. Como o primeiro amor, que a gente não esquece.

Se você aproveitou o ano para aparar as arestas de si mesmo, pode ter concluído que nada muda, se não mudarmos também. Descobriu que o único inimigo é você. Ninguém pode prejudicar tanto a vida, quanto nós mesmos. Temos um mundo dentro de si e às vezes, é preciso gritar “pare o mundo que quero descer”. Só dá para enxergar o fundo do lago com a água calma. Só dá para colocar as idéias em ordem, se esse mundo dentro de nós, parar de girar descontroladamente, como tem sido ano após ano. Se você tem vivido assim, pode estar se sentindo confuso, como Alice… só que é você no país das maravilhas

Sem querer ser a rainha do drama, é duro admitir que talvez não tenhamos nos esforçado para alcançar nossas metas do ano. Há mil desculpas para isso, entre elas as adversidades, que fogem ao nosso controle. Mas, quem disse que seria fácil. Pode parecer fácil quando olhamos para quem teve um ano de sucesso. Bate aquela inveja danada. Mas, a inveja tem suas faces e uma delas é positiva. O sucesso do outro pode ser inspirador e exemplar, assim como a honestidade, a dedicação e o empenho.

Se você passou o ano entre o sonho e a realidade, com mais fantasias e perguntas, do que respostas, certamente vai precisar rever esse comportamento, se quiser um ano novo mais próspero e feliz. Talvez você tenha optado por viver uma “Second Life”, twittando seus passos, blogando suas experiências, enroscado pelas redes sociais. Ok, os bytes que me movem também movem muita gente, mas tive que admitir, que embora eu ame blogar, entre o sonho e a realidade, optei pela segunda, isso sou eu quem recomenda.

Se o cinema é arte que ensina a viver, certo? Mesmo assistindo repetidas vezes, ainda não achei a fórmula do sucesso. Mas,  nem por isso vou deixar de procurá-la. Você pode achar que não está certo nem errado, nem junto nem separado. A vida deve ser baseada em fatos reais, ou é isto ou aquilo, tem que ver e sentir para entender. Há tempos para refletir que você tem ter liberdade para sonhar, mas também tem que ter os pés no chão. Entra ano, sai ano, a vida continua o mesmo paradoxo.

 Mesmo quando você quer e luta arduamente, e olha que o poder do querer move montanhas – ou seria da fé? – nem sempre o caminho é fácil e feliz. Nesse ano, a tristeza pode ter batido à sua porta, e por mais que você tenha insistido para que ela lá fora permanecesse, ela é insistente. Não adianta lutar contra. O negócio é vivenciar a tristeza para reconhecer a felicidade, inclusive e na maioria das vezes, nas pequenas coisas, nos momentos mais comuns.

O ano passou e você não teve tempo para essas bobagens sobre sonho e fantasia, acredite que a imaginação pode mudar a realidade dura e cruel dessa vida. Somos todos iguais, somos tão diferentes. Sua aparência pode ser melhor que a minha. Certamente, você pode ter mais grana do que eu, ou ser mais alto, mais magro. O que você,  eu e todo mundo deseja  e também o que nos amedronta é o que nos torna tão semelhantes. Sentir-se pleno e feliz, realizado e satisfeito. O tormento do tempo, que passa sem cessar e nos aproxima do fim.

Mas, como mentiras sinceras me interessam e talvez te interesse também, quem sabe, ainda tenhamos muito tempo para conquistar um lugar ao sol – eu prefiro à sombra e com uma cervejinha gelada, por favor!

Você vai esperar quantos anos mais para se renovar, hein? Tente ser novo a cada madrugada, não espere mais um ano passar. Os sonhos que nos movem rumo à realidade. Vamos acordar para a vida e admitir nossas falhas. O universo está dentro de nós, infinito como ele, é nossa chance de acertar olhando para fora. Mudar é inevitável, e pode doer. Porém, duvido que você queira mais do mesmo, ainda mais sabendo sobre a brevidade da vida.

Se o ano acabou e você ainda acredita que ninguém é insubstituível ou pretende continuar vivendo de aparências, lamento informar, que os astros não prevêem um bom ano novo para você. Eu cansei de deixar para depois e você? Vai esperar chegar na casa dos 40? Ou vai sair dela para a casa dos 50, 60 sem tirar as conclusões suficientes, sem passar limpo o rascunho, que está no papel, que você representa? Esqueça o babado alheio e descubra se sua vida não é assunto de fofoca.

Acenda uma vela, uma luz que faça você ver com clareza onde precisa mudar, que faça você reconhecer quem de fato você pode contar, nem seja apenas um, e não se assuste se for apenas você.  Assim é vida: a eterna e solitária busca por essa tal felicidade…

E a felicidade que eu desejo para mim em 2011, eu desejo para você também. E se você também desejar ser feliz como eu desejo, o universo irá conspirar ao nosso favor. Mas, se conspirar contra, tudo bem. Eu desejo que você e eu tenhamos sabedoria e paciência para driblar todos os obstáculos para chegar em 2012 muito melhores do que terminamos 2010.

“Nada é permanente, salvo a mudança.” Heráclito

>Essa tal felicidade…

>Muito se tem falado sobre a felicidade. O assunto é de fato recorrente. Nessa época, muitas pessoas se perguntam se foram felizes ao longo do findado ano. Diante de uma resposta negativa, tem-se inicio uma série de rituais e promessas de mudanças para que no novo ano sejamos merecedores dessa tal felicidade. O que antes era um sonho, um objetivo a ser alcançado, tornou-se uma quase insana obrigação.

felicidade
Freaking News
  “Qualquer que tenha sido o trajeto percorrido, chegamos a um estado no qual se pretendeu desvincular a felicidade do comportamento. A felicidade foi associada, em vez disso, a ter coisas, a ter comodidade, a ter prazer. O que se conseguiu com isso foi esta multidão feita de pessoas tristes, apesar do altivo aspecto exterior. E uma vida superficialmente mais fácil, mas dolorosamente amarga no interior do coração: tantos suicídios, tanta droga, tanta necessidade de barulho e de agitação, tantas pessoas incapazes de estarem a sós consigo mesmas…”(Paulo Geraldo)


Existem tantas receitas, listas e sugestões baseadas em estudos científicos ou em crenças populares. Dizem haver até pilula! Outros preferem chocolate…  Mas, afinal, como ser feliz de fato?????

alegria
Bob Vovka
Qualquer coisa que eu possa dizer sobre ser feliz, já foi dita e experimentada, e por gente muito mais gabaritada do que eu. Ainda assim, igualmente a mim e a qualquer ser humano, eles também buscaram a sua felicidade. Cada um com sua receita.


“O que verdadeiramente torna desgraçada uma pessoa – e inclusivamente uma sociedade inteira – é essa procura, ansiosa e egoísta, de bem-estar: esse intento de eliminar tudo o que contraria. “(Josemaria Escrivá)

“Para se ser feliz até um certo ponto é preciso ter-se sofrido até esse mesmo ponto.(Edgar Poe)

“A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros.” (Confúcio)

“Não é a força, mas a constância dos bons sentimentos que conduz os homens à felicidade.” (Friedrich Nietzsche)

“A estrada da tua felicidade não parte das pessoas e das coisas para chegar a ti; parte sempre de ti em direcção aos outros.” (Michel Quoist)

“Ninguém tem a felicidade garantida. A vida simplesmente dá a cada pessoa tempo e espaço. Depende de você enchê-los de alegria.” (S. Brown)

“És precária e veloz, felicidade. Custas a vir, e, quando vens, não te demoras. Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo, e, para te medir, se inventaram as horas.” (Cecília Meireles)

“Aprendemos que é possível ser feliz simplesmente pelo fato de estarmos vivendo.” (Wilheim Schürmann)

hapiness
Ale Phunky
 “Para quem morre de sede, a fonte ausente é mesmo assim mais doce do que um mundo sem fontes.” (Saint-Exupéry)

“A felicidade é a única coisa que podemos dar sem possuir.” (Voltaire)

“Onde estás, felicidade ?… Em tudo quanto, acabado, me faz dizer: ‘Foi bom, mas tão bom que nem senti o tempo passar.” (Alfredo Bosi)

“A meta da existência é encontrar felicidade, o que significa encontrar interesse.” (Alexandre Sutherland Neill)

“Somos muito mais infelizes na infelicidade do que felizes na felicidade.” (Armand Salacrou)

“A infelicidade pura e completa é tão impossível quanto a pura e completa alegria.” (Tolstoi)

“Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau da decisão de ser feliz.” (Abraham Lincoln)

“Creio que Deus nos colocou nesta vida para sermos felizes.” (Baden Powell)     

pilula
Carola J.
“A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos.” (Thomas Hardy)

“Felicidade é uma boa saúde e uma má memória.” (Ingrid Bergman)

“A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido.” (Marxwell Maltz)

“Só há duas tragédias na vida: uma é não se conseguir o que se quer, a outra é consegui-lo. “(Óscar Wilde)

Talvez Oscar Wilde não fosse tão lunático como diziam! Nem a felicidade nos satisfaz!

Esse vídeo sensacional e emocionante traduz, para mim, a simplicidade e a grandiosidade de sentir-se feliz:  GENTE FELIZ

Tom Jobim também criou uma receita de felicidade. E você? Qual sua receita de felicidade???

Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho…

O resto é mar
É tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho…

Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade…

Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver…

Vou te contar…

>O dedo mindinho do Newton

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Presa no trânsito de SP, sem ter o que fazer, reparei no meu dedo mindinho. Comecei a analisá-lo e notei que nunca tinha percebido o seu formato. Afastei dos demais dedos e eis que me pareceu uma parte desconhecida de mim. Algo que sempre esteve aqui, faz parte do conjunto, mas nunca foi percebido como único.
dali

Como ando tropeçando no liso há algum tempo, dessa verdadeira viagem na maionese, cogitei que talvez, minhas ações ou pensamentos, opiniões ou atitudes, certamente as mesmas, há muito tempo, podem ser tão estranhas para mim, como meu abandonado dedo mindinho, se eu for analisá-las, assim, fria e isoladamente.

Como qualquer ser humano, estou em busca do auto conhecimento, mas como qualquer um de nós, não gosto nadinha de concluir, que tenho mais defeitos do que virtudes. Como é dificil admitir que estamos errados. Então, inconscientemente e para nos auto-preservar, tratamos logo de culpar alguém ou a situação pela maneira como agimos ou pela dor que nos persegue.

negar
Aliás, o inconsciente é nossa parte mais atraente e poderosa. É lá que estão escondidos as verdadeiras aspirações da nossa vida. Há muito tempo é foco de estudos e teorias, berço da fé e do misticismo. Segundo Jung, quando o mundo externo entra em colapso, nos voltamos para dentro de nós mesmos em busca de algo que nos dê segurança. (…) Muitos ainda procuram fora de si mesmos; uns acreditam na ilusão da vitória e do poder; outros, em tratados e decretos; outros, ainda, na destruição da ordem vigente. Mas são poucos os que buscam dentro de si, poucos os que se perguntam se não seriam mais úteis à sociedade humana se cada qual começasse por si, se não seria melhor, em vez de exigir dos outros, pôr à prova primeiro em sua própria pessoa, em seu foro interior, a suspensão da ordem vigente, as leis e vitórias que apregoam em praça pública. É indispensável que em cada indivíduo se produza um desmoronamento, uma divisão interior, que se dissolva o que existe e se faça uma renovação renovação, mas sem impô-la ao próximo sob o manto farisaico do amor cristão ou do senso da responsabilidade social — ou o que quer que seja usado para disfarçar as necessidades pessoais e inconscientes de poder. O autoconhecimento de cada indivíduo, a volta do ser humano às suas origens, ao seu próprio ser e à sua verdade individual e social, eis o começo da cura da cegueira que domina o mundo de hoje.(…) 
O fato é que eu achava que tinha certeza. Agora já não sei mais. Se algo externo, exposto e à altura dos meus olhos, como meu pequeno dedo, é negligenciado pela minha observação, sem sombra de dúvida, muitos sentimentos e atitudes, que podia crer serem corretas ou justas, podem na verdade, serem ineficientes para a busca do meu auto conhecimento e da felicidade geral da nação… E como descobrir tudo isso? Tirando os olhos do mindinho e tentando ouvir o que os outros pensam sobre nós.  Se você perguntar, compreensivelmente mentirão (ou não!). Mas, se observarmos com um pouco mais de atenção, podemos constatar que ser egoísta é inerente ao ser. Não adianta negar nossa origem animal, que não está nem ai com o sofrimento alheio. Somos bichos domesticados pela sociedade e pelos valores impostos por ela. Negar é a primeira lição. A segunda é  culpar o outro. 
culpar
O egoísmo enraizado no nosso inconsciente nos impede de admitir, principalmente publicamente, que talvez a culpa seja nossa, pelos infortúnios da nossa própria vida. Embora, seja provado cientificamente pelas leis da física, que  quando um não quer, dois não brigam, ainda assim negamos nossa participação.  “Terceira Lei de Newton: a força é a expressão física para a interação entre dois entes físicos [ou entre duas partes de um mesmo ente], definindo então a direção, o sentido e a igualdade dos módulos das forças de um par ação-reação)” A Terceira Lei pode ser assim enunciada: se um corpo “A” aplicar uma força sobre um corpo “B”, este último aplicará sobre “A” outra força da mesma intensidade e mesma direção, mas no sentido contrário.”
Ou seja, se você deu, irá receber na mesma proporção. É ação e reação. Equação tão simples, que reprova e deixa muita gente de recuperação na escola e na vida!


Fonte: Essa vida louca, Wikipedia  e “Psicologia do Inconsciente” – Carl Gustav Jung

>Assim é a vida!

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Eu sempre reclamo do tempo. E no final do ano, ele parece correr mais que no resto do ano. Os dias parecem minutos. 
tempo
Ando afastada das minhas recomendações. Atribulada com o correr desse tempo, que nunca é suficiente. Certamente, como todo mundo, preciso reservar um pouco desse pouco tempo para minhas resoluções de Ano Novo. Quando, como todos os anos, tem-se a impressão de que nossa vida será nova também.
Recebi um e-mail com esse texto super legal da minha querida amiga Sidônia Siqueira, uma psicóloga com orientação antroposófica “porreta de boa”! Pessoa sábia e muito especial. Esse texto descreve bem as metas de cada  etapa da vida, que é igual para todos.


Assim é a vida!

A história se repete , com começo, meio e fim. Eis a vida!

Aos 02 anos sucesso é: conseguir andar.

Aos 04 anos . sucesso é: não fazer xixi nas calças.

Aos 12 anos . sucesso é: ter amigos.

Aos 18 anos . sucesso é: ter carteira de motorista.

Aos 20 anos . sucesso é: fazer sexo.

Aos 35 anos . sucesso é: dinheiro.

Aos 50 anos . sucesso é: dinheiro.

Aos 60 anos . sucesso é: fazer sexo.

Aos 70 anos . sucesso é: ter carteira de motorista.

Aos 75 anos . sucesso é: ter amigos.

Aos 80 anos .. sucesso é: não fazer xixi nas calças.

Aos 90 anos . sucesso é: conseguir andar.”

mao

Então, perde mais tempo não! Vai ser feliz, vai! Esquenta com bobagens, não! Porque o grande filósofo desconhecido dessa frase célebre, tinha toda razão:


“Nessa vida tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.”
Imagens: Alan Parsons Project – Time  e Artilharia Cultural

>A invenção da Mentira

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Imagine um mundo onde as pessoas são sinceras.  Uma sinceridade extrema, onde elas dizem o que realmente pensam ou sentem, sem o menor constrangimento, com toda grosseria da verdade mais cruel. Imagine um mundo onde ninguém soubesse o que é a mentira, nem se quer conhecem esse nome. Um lugar onde não exista hipocrisia, meias palavras, ilusão ou fantasia. Esse é o mundo do filme A invenção da Mentira”, do diretor Mattew Robinson.
Comecei a assistir pensando ser uma comédia daquela bem hilária, mas acabei me deparando com um filme sensacional e inteligente, daqueles que nos fazem pensar, refletir sobre nossa vida, a vida dos outros e nossa interação.
Entre algumas risadas há momentos em que senti um nó na garganta, uma certa melancolia. É inevitável não sentir algum constrangimento diante de tanta sinceridade, muito embora os personagens não se sintam assim, a não ser o protagonista Mark, que sem saber porquê, não se sente feliz com essa realidade tão extrema.

No mundo criado e protagonizado pelo comediante inglês  Rick Gervais, não existem mentiras nem ilusões, também não existem filmes, nem tão pouco religião. As pessoas não sabem mentir, não são capazes de criar,  abstrair ou  imaginar qualquer outra situação, senão aquela que é como é, sem reflexões.
Mark é um roterista da Lecture Films,produtora de filmes, cujos roteiros são simples descrições de fatos históricos, exatamente da forma como ocorreram, sem cenas ou algum tipo de representação, apenas com a leitura desses fatos. Considerado um fracassado, além de feio e gordo, Mark é demitido do emprego e leva um fora daqueles de uma linda mulher (Jennifer Garner) por quem ele é loucamente apaixonado. Em meio ao fracasso de sua vida, Mark descobre que pode mentir, imaginar outra realidade, e torna-se o homem mais poderoso do mundo. Todos acreditam no que ele inventa, apenas por ele dizer, mesmo sendo o maior absurdo (para nós), já que nesse mundo, não existem suposições, tudo que é dito é o que é.
E se já não bastasse tantos motivos para reflexão sobre verdade e sinceridade, o filme ainda fala sobre o que é preciso para ser feliz de fato. O equilíbrio entre amor, dinheiro e amizade.
Um mundo onde as fraquezas são totalmente expostas e reconhecidas, sem sonhos, sem criatividade, sem fé, regido pela aparência e posição social. Acho que Rick Gervais fez uma analogia, uma representação de um mundo interior. Todos os personagens possuem uma personalidade única, que somados compõe um único ser. Um egocêntrico, um inseguro, um feio, um bonito, um alienado, um agressivo, um esperançoso, mas carente. É a soma de todos os nossos sentimentos e medos, personagens vivos dentro de nós, que atuam em determinados momentos da nossa vida. Buscam algo, mas não sabem o que é. Conhecem o seus defeitos e limitações, sabem que precisam mudar, agir de maneira diferente, mas não o fazem, muitas vezes porque o orgulho não permite, nem sempre se incomodam com isso ou fingem não se incomodar. Vacilam diante do que realmente querem e do que lhe é imposto pelos outros, na maioria das vezes, cedendo ao que a maioria acredita. A maioria nem sabe o que quer.
Depois de um tempo, já não sei se o filme defende ou condena a mentira. Ao meu ver, a grande moral é que sem sensibilidade, imaginação, otimismo, gentilezas e cordialidades, não poderíamos ter evoluído como sociedade, ou até poderiamos, mas como no filme, seriamos uma legião de pessoas vazias, incompletas, perdidas e insatisfeitas, submersos num cotidiano de coisas fúteis, sem valor.
As vezes me pergunto se já não vivemos nesse mundo ou se já não estamos caminhando para ele. Como disse Luís Fernando Veríssimo: “Embaixo do oceano há um deserto.”